
Apesar desse texto ser de setembro de 2008, creio ser importante e estratégico para o momento de transição e avanço que estamos vivendo. Quando falamos de “operação” estamos falando do conjunto de atos em que se combinam, os meios necessários à obtenção de determinados resultados, ou ainda, a aplicação das medidas necessárias à obtenção de objetivos. Quando falamos do homem cujo nome era José, e passou a ser chamado “Barnabé”, descobrimos que esse novo nome pode significar “filho da profecia”, “filho de exortação” ou ainda, de acordo com a versão “NTLH”, “aquele que dá coragem”,da mesma raiz de “paracletos”, palavra para “ajudador ou intercessor” que faz referência ao caráter consolador, apaziguador, de encorajamento e exortação.
Além dessas características gerais sabemos que Barnabé era de família judia, da classe sacerdotal pertencente à Tribo de Levi, significando que também deveria servir na administração do templo. Era natural da Ilha de Chipre (Uma importante ilha mediterrânea) e também primo do Apóstolo João Marcos (Autor do Evangelho de Marcos - Colocenses 4.10). Durante a narrativa de Atos, observamos como o significado de seu nome caracteriza sua personalidade e como seu funcionamento foi fundamental para o desenvolvimento do ministério de Paulo e ao processo de cumprimento da palavra diretiva deixada por Cristo: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” .
Como parte desse plano, os discípulos deveriam permanecer em Jerusalém, onde o Espírito viria sobre todos aqueles que perseveravam unânimes em oração (Atos 1.14), fazendo-os testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra (Mateus 28.19 e 20 Atos 1.8). Para entender essa estratégia operacional através da movimentação de Barnabé, precisamos ver que o contexto é de implantação e desenvolvimento da Igreja a partir de Jerusalém, onde através de “muita gente simples", Deus fez coisas extraordinárias, dias em que os sinais acompanhavam os que criam
A IGREJA EM JERUSALÉM
Um tempo de Crise que promove avanço
Visão multicultural para ministrar quebrando paradigmas
Apesar de parecer que esses acontecimentos se deram de forma imediata (como aparecem nos versículos), alguns anos mais tarde, provavelmente em 42 d.C. a partir do testemunho do recebimento de Cornélio, enquanto a maioria dos dispersos de Jerusalém continuavam pregando apenas a comunidade judaica em Antioquia, alguns cristãos de Chipre e Cirene foram até Antioquia e pregaram também aos gentios, iniciativa que recebeu a aprovação de Deus: “A mão do Senhor estava com eles, e muitos, crendo, se converteram ao Senhor”, uma realidade diferente da experimentada até então em Jerusalém, Judéia e Samaria.
Agora vejamos rapidamente algumas características dessa cidade Antioquia. Era conhecida como a terceira cidade do Império Romano atrás apenas de Roma e Alexandria, com uma população de aproximadamente 500 mil pessoas, uns 500 km ao norte de Jerusalém. Representava “a porta” de acesso do Mediterrâneo às grandes estradas orientais, sendo a “central de operações” de Cesar, Augusto e Tibérios, conhecida como a bela “Rainha do Oriente” cheia da beleza que a riqueza romana, a estética grega e o luxo oriental proporcionavam. Em contrapartida tornava-se uma das mais sórdidas e depravadas cidades do mundo, onde o culto a Astarote era tão indecente que Constantino chegou a abolir pela força[1]. Imagine agora multidões desse povo crendo em Cristo. O que fazer?
Dentro dessa realidade de avanço era necessário que alguém simplesmente começasse a viver algo surpreendente entre eles, isso tem a ver com o que estamos vivendo hoje, dias de transição que são acionados por homens que agem a partir de uma direção de Deus. “A notícia a respeito deles chegou aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia”. Talvez movidos por pela resistência ortodoxa a admissão dos gentios, a igreja de Jerusalém envia Barnabé numa missão de conciliação, a fim de analisar e estabelecer uma ação estratégica para a igreja em Antioquia.
Imaginamos uma expectativa da Igreja de Jerusalém em ver bons resultados conciliadores, uma vez que barnabé, poderia agir como uma “fiel balança” entre os elementos judaicos e helenísticos dentro da igreja. Cumprindo com essa função o “bom” Barnabé acabou se tornando uma das personalidades mais importantes do Novo Testamento, justamente pela maneira como administrou essa transição da igreja para uma nova realidade apostólica. Uma prova disso é que o texto de Atos 11 diz “Tendo ele chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-se e exortava a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor. Porque era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor”. Existem aqui alguns aspectos importantes de um homem estratégico.
Vê toda movimentação a partir da graça de Deus e não das sua perspectiva pessoal, religiosa ou institucional. Alegra-se com o avanço atual e exorta com firmeza visando continuidade e desenvolvimento futuro. É reconhecido como alguém cheio das virtudes do Espírito e fé para ver e se mover pela perspectiva de Deus. Torna-se um fator catalisador, unindo muitos a partir de bases estabelecidas apostolicamente.
Imagine se ao invés de Barnabé, outra personalidade tivesse sido enviada com o propósito de analisar o que acontecia em Antioquia. Será que veriam da mesma maneira pessoas crendo em Cristo dentro de uma cultura totalmente diferente, um histórico de politeísmo, sensualidade e prostituição cultual? Provavelmente continuavam expressando sua fé em Cristo trazendo ainda algumas características culturais, talvez na sua forma de cantar, dançar, na oração, falar, vestir. Aspectos importantes na cultura judaica transmitida desde o nascimento.
Uma prova desse fato é Atos 15.1 onde os primeiros Judeus messiânicos partem com objetivo de levar a fé em Cristo a partir da sua ordem judaica:“Alguns indivíduos que desceram da Judéia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos”. Por esse motivo Pedro argumenta em Jerusalém a respeito do pleno direito dos gentios em ser parte da igreja, mostrando que a circuncisão e ordenanças cerimoniais não seriam condicionais para a salvação em Cristo (Atos 10 e 11). Por isso, imaginamos que qualquer outro líder poderia interpretar a Igreja em Antioquia a partir dos paradigmas religiosos pré-estabelecidos.
Barnabé não interpretou a situação, a princípio adversa, por uma perspectiva legalista religiosa, não olhou para as pessoas a partir dos seus conceitos e tradições, mas a partir da graça. Portanto, uma “Visão multicultural para ministrar quebrando paradigmas”, não significa abrir concessões, mas sim administrar essa questão cultural sem comprometer a integridade do Evangelho do Reino. A verdade é que como igreja brasileira, já fomos muito afetados por imposições culturais e não podemos continuar seguindo esse modelo se queremos ver algo genuíno a partir de comunidades transformadas.
Antes de vivermos dias de uma nova atuação de Deus através da igreja, devemos estar cientes de que pessoas afetas por uma cultura de corrupção, idolatria e prostituição crerão em Cristo, desejosas por viver o Reino de Deus. Nesse momento, a partir de uma nova perspectiva de graça ensinamos princípios bíblicos permitindo que o Espírito Santo os santifique na verdade, sem interferência legalista religiosa. Isso se aplica a todos, uma vez que, até mesmo aqueles que se denominam sem denominação, ou ainda que sentem “não tradicionais” acabaram criando suas próprias “manias de comportamento” que se tornam “costumes e tradições”. Estamos vivendo o momento chave em que toda superficialidade é colocada a prova, para que seja encontrado em nós a “essência do evangelho do Reino” e não apenas um estereótipo dele.
UMA VISÃO DE FUTURO
A partir de uma realidade a ser transformada
Homens estratégicos são homens de visão ampliada, que vêem além daquilo que os olhos naturais podem enxergar, superam imediatismos e entendem processos de transformação. Têm consciência que avanço se dá com trabalho e não apenas práticas místicas, e sempre se alegram com a possibilidade de ver o Reino tomando novas proporções. Barnabé era um homem que tinha a percepção espiritual amadurecida para reconhecer que apesar das controvérsias culturais, o plano de Deus em estabelecer seu Reino estava sendo cumprido em Antioquia, isso foi fundamental para o crescimento da igreja evitando sectarismos e perdas. O que para homens religiosamente míopes poderia ser um motivo de infarto fulminante, para ele se tornou motivo de alegria, porque entendia que tudo representava o pequeno e imaturo começo de um grande centro de evangelização mundial. Uma alegria responsável e não “chapante” no sentido de perder a sobriedade e foco. Uma “visão de médio a longo prazo” de transformação para uma realidade improvável.
A alegria de barnabé pelos resultados iniciais é logo seguida de “exortação”. Exortar vem do termo grego “parakaleo”, que significa “chamar para o meu lado” a fim de que pela instrução haja encorajamento, fortalecimento e consolação, dessa forma todos os novos cristãos em Antioquia eram confirmados na fé (1 Tessalonicenses 3.2). João Batista (Lucas 3.18) e Pedro cheio (Atos 2.40) pregavam o evangelho do Reino, convocando pessoas a aderir ao Reino através da instrução que edifica (fortalece),exorta e consola, valores da profecia. Paulo em Romanos 12.8 diz: “aquele que exorta faça com dedicação”, que pode significar “faça de perto”, isso quer dizer que não se exorta de longe, Barnabé, o “filho da exortação e consolação” (Atos 2.40) teve que estar entre eles para exortá-los.
A “alegria” promove “exortação”, mostrando sobriedade e responsabilidade para com o desenvolvimento e cumprimento efetivo de propósitos futuros. O que isso tem a ver conosco? A alegria em ver alguns resultados imediatos não pode nos levar a estabelecer “falsas linhas de chegada”. Temos apenas duas escolhas: Assumir ou negligenciar nossas responsabilidades, e ambas terão implicações futuras. Barnabé exortava visando “firmeza de coração”, que significa “propósito”, para que todos entendessem e se alinhassem com um propósito de Deus, pois uma vez tendo clareza de entendimento, poderiam permanecer firmes na graça de Deus, sem se desviarem no meio do caminho, livres do cativeiro do passado, desenvolvendo-se visando finalizar desafios do tempo presente visando objetivos futuros.
VISÃO MINISTERIAL
A partir de um testemunho pessoal
Como Barnabé conseguiu a maturidade para administrar a situação que de um “problema” para a igreja de Jerusalém, transformou-se em uma “resposta” para o mundo? Cremos que com o posicionamento que fez dele um homem de caráter, a propósito, o único homem a quem Lucas descreve como “bom, cheio de virtudes e fé”. Antes de desenvolver algo, foi desenvolvido, antes de ir, entendeu a importância de ser, tornou-se uma personalidade impar não só pelo que fez, mas pelo representou na vida de Paulo e em muito novos lideres que partiram de Antioquia.
O termo “Operação Barnabé”, significa o conjunto de atos em que se combinam os meios necessários à obtenção de determinados resultados, e dentre esse conjunto de “ações combinadas”, entendemos a necessidade de homens “bons”, de boa constituição, úteis pela sua sanidade, saudáveis em sua espiritualidade, agradáveis por sua amabilidade, excelentes não pelo que aparentam, mas pelo que integralmente são, distintos, honestos e honrados. Será que teríamos alguma dúvida em confiar uma tarefa tão séria a alguém que conseguiu ser desenvolvido e amadurecido em todas essas virtudes? Barnabé é homem completo no Espírito, perfeito em suas motivações, apontando não apenas para alguém dotado de dons espirituais, mas alguém pleno, que não usa do ministério para se auto-afirmar ou suprir algo que lhe falta como pessoa, alguém intimamente curado, com evidencias das virtudes do Espírito em sua vida.
Barnabé estabelece um padrão que traz juízo pela manifestação da justiça. Vende uma propriedade e depositar seu dinheiro aos pés dos apóstolos (Atos 4.37), logo após isso, “Ananias e Safira” defraudam a Deus e morrem diante de todos. Por que aconteceu isso? Entendemos que a Integridade de Barnabé estabeleceu um padrão que condenou Ananias e Safira, chamamos isso de “padrão de santidade de condena”. Assim como Noé que construiu uma arca pela qual condenou o mundo (Hebreus 11.7).Quem condenou o mundo? Deus ou Noé? Quando alunos procuram seu professor pedindo uma nova prova e este afirma não poder fazê-lo pelo fato de um aluno ter sido aprovado,quem trouxe condenação a turma? O professor ou o aluno?
Hoje não vemos mais pessoas sendo expostas em suas motivações como Ananias e Safira, por que não temos mais homens totalmente puros em suas motivações como Barnabé, um homem que, além disso, não mostrou nenhuma dificuldade em treinar um discípulo e ser superado por ele, um homem que talvez não se encontre em qualquer reunião chamada apostólica. Falamos isso, porque, se desejamos viver algo genuíno, devemos nos tornar pessoas legítimas e verdadeiras no sentido de algo que não adulterado ou misturado. Primeiro devemos nos tornar a mudança que esperamos ver, vivendo o processo contínuo de transformação pessoal, tornando-se um padrão para nossos filhos, e a partir dessa realidade de legitimidade esperar uma expansão natural de relevância pública, um novo nível de atuação em novas proporções.
A partir de um processo de consolidação
A expressão “Fator catalisador” vem do termo “catálise” que significa o fenômeno que modifica a velocidade de uma reação pela simples presença de um agente físico, químico ou biológico. O fator catalisador tem o poder de unir aquilo que naturalmente não se une (Água e óleo). Barnabé é significativo no desenvolvimento da Igreja no primeiro século porque tinha essa capacidade e habilidade de harmonizar pontos de vista (Mais especificamente dos judeus e gentios) sem adulterar, desenvolvendo um processo de consolidação (Tornar algo concreto, firme e estável), trazendo solidez para “Antioquia” suportar tudo que poderia acontecer a partir dela, sem desmoronar.
Lembrando que entre dois versículos existe certo tempo a deve ser observado, cremos que Barnabé trabalhou por um tempo experimentando êxito no Senhor, vendo a forma como as coisas aconteciam na Igreja em Antioquia, e então, mediante o surpreendente crescimento começa dar alguns passos importantes para desenvolver equipes apostólicas sobre esse principio de unidade consolidadora. Nesse período Barnabé à procura de Saulo (Atos 11.25). Mas antes de entendermos a forma como trabalharam em Antioquia, é interessante observar a relação que barnabé já tinha estabelecido com Saulo em Jerusalém.
Barnabé não esperou que se tornasse aceitável confiar em Paulo, mas deu credibilidade antes que qualquer outro estivesse disposto a dar. Assumiu o risco de dar credibilidade quando Paulo ainda não tinha tido tempo de conquistar por si mesmo[2]. Barnabé procura cooperar com a inclusão de Paulo na Igreja em Jerusalém (Que procurava juntar-se aos apóstolos), mas em meio a muitas suspeitas, por causa do seu histórico, e os problemas que estava causando disputando com os gregos, decidiram expulsá-lo da cidade, levando-o até Cesárea, onde embarcou para sua cidade natal, Tarso.
Diante da necessidade em Antioquia, a opção mais coerente, uma vez que contar com ajuda de Jerusalém seria trazer para o meio dos gentios o cristianismo como uma versão do judaísmo, era Paulo, vivendo alguns anos no anonimato em Tarso, talvez esperando a oportunidade de cumprir a visão que Deus lhe havia dado na estrada de Damasco. Um fator que poderíamos atentar é que enquanto as conexões divinas não eram feitas, Paulo permaneceu trabalhando construindo tendas e provavelmente recebendo do Senhor aquilo que deveria ser entregue as nações.
Então, Paulo vai com Barnabé para Antioquia (Atos 11), provavelmente onde as pessoas não conheciam sua antiga fama, tornando sua aceitação natural, primeiramente por sua unção única e também pelo respaldo dado por Barnabé. A partir desse momento começa a se desenvolver uma equipe dinâmica, onde eles ensinaram juntos por um ano, levantando muitos discípulos.
FUNDAMENTO APOSTÓLICO
Discipulado desenvolvendo “Pequenos Cristos”
Agora preste muita atenção nesse texto de Atos 11.25-26: “E partiu Barnabé para Tarso à procura de Saulo; tendo-o encontrado, levou-o para Antioquia. E, por todo um ano, se reuniram naquela igreja e ensinaram numerosa multidão. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos”.
Portanto o fato de em “Antioquia” um lugar de transição, esses novos discípulos serem chamados pela primeira vez “Cristãos” significa que eles haviam conseguido através do ensino das escrituras manifestar a “vida de Cristo” na vida de cada discípulo, reconhecidos agora como “pequenos cristos”. Isso significa que Barnabé e Paulo não estavam apenas trabalhando num plano de inclusão religiosa, preocupados com a aceitação desse novos convertidos perante a Igreja em Jerusalém, mas estavam totalmente ocupados em fazê-los aceitáveis diante de Deus, e reconhecidos diante dos homens como “filhos de Deus” responsáveis pela manifestação do Reino.
EXPANSÃO APOSTÓLICA
Discipulado desenvolvendo “Ministros e Ministérios”
Avaliando a dinâmica de funcionamento em Antioquia, reconhecemos ali uma precisa companhia profética e um eficiente serviço de ensino, movendo os santos para a expansão apostólica através do discipulado. E pensando nesse aspecto do discipulado é interessante em Paulo vivendo uma nova dinâmica de igreja, tornando-se num primeiro momento, colaborador fiel, reconhecendo o dom de Deus na vida de Barnabé, homem fundamental para estabelecer as bases e a ordem na Igreja em Antioquia.
Acredita-se que depois aproximadamente quatorze anos de preparação, foi que Paulo é comissionado para servir em um novo nível de funcionamento, mostrando que um tempo de preparação e aperfeiçoamento precede o comissionamento. Esta dinâmica está voltando a ser praticada em muitos lugares, com objetivo de ver ministros passando por um tempo qualitativo de preparação, sendo referenciais a uma geração, discipulando jovens que humildemente se sujeitam aos devidos processos com um nível diferenciado de autoridade. Esse discipulado não fala apenas de transmissão de conhecimento bíblico, muitos ministros são capacitados nesse sentido, mas trata-se de transmissão de sabedoria, do conhecimento aplicado, de experiência de vida adquirida ao longo de seu serviço. Cremos que assim aconteceu em Antioquia.
Atos 11.27 que diz: “Naqueles dias, desceram alguns profetas de Jerusalém para Antioquia, e, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio. Os discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judéia; o que eles, com efeito, fizeram, enviando-o aos presbíteros por intermédio de Barnabé e de Saulo”.
É interessante observar que a igreja do primeiro século fluía sob a influência direta dos ofícios ministeriais, trazendo aperfeiçoamento e direção para a igreja da cidade (Localidade). Seguindo o princípio de “Crise que gera avanço”, um tempo de “fome” em Jerusalém representaria o sinal de Deus para que a companhia profética de Jerusalém descesse a Antioquia, homens que estavam atentos ao tempo de avanço, agora a partir de Antioquia.
Mediante ao tempo de necessidade da Igreja em Jerusalém, a igreja em Antioquia levanta uma oferta conforme suas posses para socorrer os irmãos que moravam na Judéia, movendo pela primeira vez Barnabé e Paulo juntos para a Jerusalém. Além de vermos aqui a verdadeira igreja se movendo de maneira concreta em favor das necessidades do corpo, sem burocracia demagógica, vemos que o lugar que resistiu se unir ao que Deus estava movendo, passou a experimentar um tempo de escassez e necessidade. Creio tratar-se de um sinal para a igreja das nossas cidades. Se não entendermos o tempo de transição e avanço, que exige de nós ampliar a visão e atuação, as coisas que estão funcionando perfeitamente secarão e muitos irão até os lugares improváveis que estão vivendo esse comissionamento de Deus.
A igreja em Antioquia está sob essa influência de mestres e profetas apostólicos e a partir dessa influência começam experimentar uma realidade de aperfeiçoamento tornando-se um modelo para a expansão, rompendo fronteiras rumo aos confins da terra. Confirmando essa informação encontramos Atos 13.1 que diz: “Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram. Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre”.
Identificamos um modelo dinâmico, leve e focado no mandato de Deus, onde estruturas locais não são regidas perpetuamente por indivíduos revestidos de uma espécie de autoritarismo papal e piramidal, mas vemos um modelo fundamentado sob pluralidade, onde homens idôneos formam homens idôneos, enviados para formar mais homens idôneos, correndo a carreira tocando pessoas que tocam cidades, através do discipulado integral. Vemos que além do discipulado formar ministros, aciona e desenvolve ministérios e ofícios que continuam aperfeiçoando os santos, enviando equipes apostólicas para novas cidades. Segundo o relato de Atos 13.1 vemos que “profetas e mestres” emergiram na cidade de Antioquia, talvez pela influência direta de Paulo e Barnabé.
CONCLUSÃO
Operação Barnabé levando a Igreja aos Confins...
Atos 13.1 e 2 diz: “Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado”. Conforme vemos o desenrolar das atividades em Antioquia, concluímos que Deus usou poderosamente essa Igreja para iniciar o processo de discipular as nações do mundo antigo com o evangelho do Reino. Um dos objetivos desse artigo é justamente de entendermos o caminho a ser percorrido entre o chamado acompanhado de uma promessa até o seu cumprimento. É importante entendermos o processo de desenvolvimento pelo qual Paulo passou, para que possamos caminhar conscientes dos passos que devem ser dados para que vejamos santos aperfeiçoados, desenvolvendo seu ministério, organizando companhias ministeriais e mobilizando todos os santos para o exercício do seu sacerdócio integral, promovendo o avanço do Reino de Deus e sua justiça.