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AULA INTRODUTÓRIA || ESCOLA BÍBLICA COLOMBO

[ sábado, 11 de junho de 2011 | 1 comentários ]




O que nos une nessa jornada é a busca pelo Conhecer a Deus, “conhecimento maravilhoso demais que está além do nosso alcance, nos ultrapassa, é tão elevado que não podemos atingir” (Salmo 139), conhecimento  poderoso para nos transformar e abalar as estruturas do nosso ser (Romanos 11.13), conhecimento que nos conecta agora a vida eterna (João 17:3). Conhecimento que não se dá pelo acumulo de informações sobre Deus, mas se dá a medida que nos tornamos um com Ele, o fato de ouvirmos ou lermos muitas coisas sobre uma pessoa, não significa que a conhecemos. A mentalidade hebraica associa esse “conhecer” com uma relação sexual, com o fato de duas pessoas estarem intimamente ligadas ao ponto de se tornarem uma só (João 14.23 | João 17.21). Essa verdade amplia nossa busca do conhecimento intelectual para a um entendimento espiritual, pois podemos ter renovar nosso conhecimento e não alcançar entendimento do que o Espírito está falando às igrejas.

Deus em seu amor nos escolheu e estabeleceu sobre nós designo, deixando-se ser descoberto, desvendando nossos olhos para vê-lo através da Obra de Cristo (Mateus 11:25-27; 16:13-17) e a revelação do Espírito (1 Coríntios 2:11). Dessa forma, não somos nós que o achamos, Ele “se deixa achar”, em sua grandeza, deixa-se encontrar por nós. Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda João 15:16.

Na restauração do Reino do Sul nos dias de Asa, encontramos uma palavra entregue por meio de Azarias: “O Senhor está com vocês quando vocês estão com Ele. Se o buscarem, Ele deixará que o encontrem, mas se o abandonarem, Ele os abandonará” (2 Crônicas 15.2-3). Segundo texto de 2 Crônicas 16.9, seus olhos passam por toda a terra em uma constante procura, esse “passar”, significa correr apressadamente de um lado para outro, procurando a quem “mostrar-se forte”, firmar e fortalecer o homem interior daqueles que tem um coração completamente Dele.  

Quando estudamos Davi, lembramos do “homem segundo o coração de Deus”. Atos 13:22 diz: “Achei a Davi filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade”. Se trata do mesmo contexto de 1 Samuel 13.14 “O Senhor buscou para si um homem que lhe agrada e já lhe ordenou que seja príncipe sobre o seu povo”. Vemos claramente a busca de Deus pelo que somos e não apenas pelo que estamos fazendo. Davi foi propenso a erros como nós, porém, não permitia que eles o afastassem de Deus (Salmo 51), um homem santo porque não viveu de forma comum, os intentos do seu coração eram por ver a vontade de Deus se cumprindo, não media esforços e conseqüências para isso.

Não basta sabermos sobre essa procura de Deus, mas precisamos entender que Ele, em sua procura sabe reconhecer corações dispostos a corresponder de forma total, sem calcular as perdas, sem reservas nem condições.  Desde o início Deus sempre tomou a iniciativa para que essa relação íntima com o homem fosse uma realidade.

FECHADOS PARA REFORMA
Esse “conhecer a Deus” compromete porque é revelador, confronta nossa verdade, fala da forma como administramos a vida, não fala apenas de Deus mostrar-se, mas da forma como somos expostos quando nos encontramos com Ele. Esse conhecimento é incompatível com tudo que o que não é original e legitimamente Dele.

A palavra reforma aparece uma única vez no Novo Testamento (Hebreus 9.10) e significa o meio pelo qual as coisas serão ordenadas, colocadas completamente em ordem, tornar algo tortuoso reto novamente, endireitar. Mais especificamente, pode significar o tempo em que o imperfeito e o inadequado são substituídos por uma ordem melhor das coisas. Reforma no contexto bíblico não representa adaptar o velho ao novo, mas sim substituir o inadequado para estabelecer o novo.

Não se trata de uma mudança superficial de aparência, mas sim, mudanças estruturais. Não se trata de uma falsificação ou camuflagem, do passar cal nos muros para tampar brechas, pregando uma paz paralisante, cauterizante e estéril (Ezequiel 13.10 e Ezequiel 22.27). Estamos diante de uma palavra que exigirá de nós posicionamento e compromisso com os devidos processos.

Existem dois tempos distintos dentro do processo de Edificação: João 15.3 diz: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado”. A Palavra limpa o terreno e nos prepara para receber fundamentos sólidos e concretos, pois sem estes, jamais suportaremos o que será edificado. Tempo que nossa mentalidade, valores e conceitos são renovados e transformados (Romanos 12.2). Mateus 7.24 diz: “Todo aquele que ouve minhas palavras e a pratica, será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha, e caiu a chuva e transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha”.

Nesse tempo somos confrontados pela palavra que tem o poder de penetrar e expor os pensamentos e intentos mais profundos do coração (Hebreus 4.12). Jeremias 31.28 nos ajuda a entender esses dois tempos: “Como velei sobre eles para arrancar, para derribar, para subverter, para destruir e para afligir, assim velarei sobre eles para edificar e para plantar, diz o Senhor.”.

 Jeremias 18.1 confirma: “Vá à casa do oleiro, e ali você ouvirá a minha mensagem”. Então fui à casa do oleiro, e o vi trabalhando com a roda. Mas o vaso de barro que ele estava formando estragou-se em suas mãos; e ele o refez, moldando outro vaso de acordo com a sua vontade. Jeremias 18.1. Não se trata de um ajuste ou adaptação, mas de “nova criação”. O vaso se estragou, foi quebrado e refeito segundo Sua vontade. A medida que nos desviamos, deixamos sua vontade, perdemos sua imagem. Nosso orgulho e independência nos deformam. Desse contexto surgiu o termo “sincero”. Algo sincero é algo perfeito, sem cera cobrindo imperfeições, por isso, não podemos ser religiosamente cobertos, exteriormente belos e intimamente imperfeitos.

Podemos identificar esses tempos distintos na vida de Paulo em Atos 9. Tempo de devastação de conceitos, onde cegado durante três dias, não via nada  além de si mesmo, partindo para quatorze anos de deserto, tempo de construir a partir de novas medidas. Foi assim com o profeta Isaias (Isaias 6). Diante da revelação de quem Ele é, somos revelados. Quando Ele se mostra, Ele nos mostra. É como se nosso coração saltasse diante de nossos olhos. Nesse processo, valores, conceitos e posturas são confrontados pela verdade, que tem o poder de libertar dos cativeiros da mente.

Em Lucas 5.36, Jesus fala a dois grupos distintos; discípulos e fariseus (Lucas 5.30). Portanto, não se trata apenas de rompimento pessoal, mas sim coletivo e estrutural. Trata-se da expectativa do Messias que viesse se adequar ao modelo e à proposta estabelecida por eles, e Jesus não se encaixava no perfil estabelecido. O público hoje é diferente, os grupos se multiplicaram, os nomes mudaram, mas o conflito continua o mesmo. Estão todos na expectativa do Deus que se encaixe em suas estruturas inflexíveis. Porém, Jesus não veio adequar-se as estruturas religiosas de sua época, e não virá adequar-se às nossas.

Estamos sendo trabalhados para recebermos algo que exigirá de nós flexibilidade para sermos trabalhados por uma mensagem ácida e forte, para não rompermos antes do tempo. Se continuarmos orando por vinho novo, sem estruturas transformadas, estaremos prestes a jogar fora o que tanto temos pedido, como já aconteceu outras vezes, escapará pelos nossos dedos, por não termos condições de mantê-lo. Estruturas sem flexibilidade romperão, se perderá o odre e o vinho.

Não se render ao processo pode comprometer o propósito. Lembrem-se de Jeremias 48:10 que diz:  Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente! Maldito aquele que retém a sua espada do sangue! Despreocupado esteve Moabe desde a sua mocidade e tem repousado nas fezes do seu vinho; não foi mudado de vasilha para vasilha, nem foi para o cativeiro; por isso, conservou o seu sabor, e o seu aroma não se alterou. Moabe não se rendeu ao processo de purificação através da troca de vasilhas e comprometeu o propósito.

COMPROMETIDOS COM O PROCESSO
Todos nós conhecemos a parábola do semeador, porém, é muito comum também olharmos para essas palavras como as multidões que ouviam essas palavras, ou seja, ouviam, mas não entendiam. Vemos que Cristo vem como semeador semeando uma mesma semente, em terrenos diferentes, ilustrando a maneira como as pessoas estavam se posicionando diante da palavra da verdade, lembrando que o não se posicionar já é um posicionamento. Em João 12.48 diz que aqueles que rejeitaram a Cristo já tem quem o julgue, ou seja, a própria palavra. Sendo assim ela tem o poder de trazer definição, nesse sentido ela nunca volta vazia, mas sempre compre um propósito naquele a quem foi enviada. Prestemos atenção como iremos reagir e nos posicionar a cada palavra ministrada:

O primeiro tipo de terreno em que se semeia a verdade é a beira do caminho, um terreno endurecido pela obstinação de seus próprios caminhos, mostrando pessoas que ouvem a palavra, não a compreendem e por isso se tornam indirefentes a ela (Mateus 13.19), e a partir disso, o inimigo representado nas aves, vem e arrebata a semente do coração, por isso, o ouvir e o entender é tão importante. e se não entender procurar. Lucas 8.12 ainda diz que o Diabo arrebata a palavra do coração, para não suceder que, crendo, sejam salvos. Não se trata de um tipo de solo perdido, mas que precisa ser quebrado e tratado.

O segundo terreno é rochoso, com pouca terra por cima, onde logo a semente nasce, representando aquele que ouve a palavra e recebe com alegria, o mais elpolgado e gospel de todos, mas não tem raiz em si, não tem profundidade para se manter vivo (Mateus 13.24), é supoerficial em sua fé e convicções. Com a mesma velocidade que recebem a Palavra a abandonam, quando por causa da palavra passam por sofrimento e provações, logo abandonam a fé. Lembre-se que Deus enviará o sol para provar a semente. è o perfil daquele que procuram pelo evangelho "Tabajara", aquele do tipo "seus problemas se acabaram" ou  "o melhor está por vir", uma defraudação que tem deixado muitos pelo caminho.

Depois a semente caiu “entre” espinhos, pessoas que ouvem a palavra, porém os cuidados do mundo, a fascinação ou ilusão das riquezas e as demais ambições, segundo Marcos 4.18, concorrendo, descuidam do coração, sufocam a semente, anulando o poder da palavra, impedindo que ela cresça e dê frutos.Tenho um grande terreno em casa e quando não temos condições de cuidar crescem muitos tipos de mato, assim muitos são negligentes com a palavra recebida, não de se didicam e a abandonam por causa de outras preocupações, logo o que foi plantado se perde por falta de cuidado. Atenção para isso!

Por fim, a semente chega a uma terra boa, que é caracterizada por aqueles que ouvem a palavra e a compreendem (Mateus 13.23) ou de bom e reto coração retêm a palavra (Lucas 8.15), frutificando com perseverança. Portanto, “ouvir, entender e se posicionar” é determinante para aderirmos ao Reino. Outro fator importante é sermos pserverantes nesse processo de desenvolvimento, pois nenhum fruto nasce de um dia para o outro. è necessário que sejamos fieis ao processo da semente que é a palavra modelar a nossa vida a imagem de Cristo até que sejamos a propria semente com a palavra encarnada plantados no campo que é o mundo. Sejam bem vindos!
 

Fraternalmente
Anderson Bomfim