Desde o começo, a Missão Mobilização, representa para nós uma forma de viver o “Amor e o Compromisso provado em atitudes”, e por esse ideal de vida prática temos nos esforçado, entendendo que diariamente esse amor será proporcional a medida de comprometimento com o chamado e o comissionamento. A princípio parece ser algo elementar da nossa fé, mas na realidade esse ideal tende a se tornar cada dia mais complexo e filosófico ao invés de algo concreto provado em atitudes e comportamento, ao ponto de poder representar uma contracultura evangélica, uma forma de combater os valores culturais vigentes, porque vivemos o tempo da proliferação do engano em que o amor de muitos se esfriará por causa do crescente distanciamento de Deus e seus valores (Mateus 24.12).
Sem nos aprofundarmos no significado dessa profecia de Mateus 24, queremos apenas dizer que o esfriamento do amor está diretamente relacionado ao nível de engano que nos desvia do comprometimento com Deus. Por isso, devemos voltar a pensar no quanto temos nos comprometido com a maneira de viver digna do chamado pelo qual fomos chamados (Efésios 4) representando o comprometimento com o processo que nos levará a cumprir a missão proposta, nosso comissionamento. O chamado vem antes do comissionado, portanto existe um tempo entre o chamado e a execução da missão a qual fomos chamados. O que determinará a finalização desse processo é o vivermos de forma digna e honrosa esse tempo de treinamento e experimentação que traz desenvolvimento.
Segundo Rick Joyner: “Paulo foi chamado para ser um apóstolo muitos anos antes de ser comissionado. Então quando alguém sabe que foi comissionado? Se você se faz essa pergunta é porque isso ainda não aconteceu. Quando o Senhor comissionar você para um ministério, você irá saber. O tempo entre o chamado e o comissionamento é o tempo de preparação, esse deve ser um tempo em que nós estamos especialmente crescendo nos dons espirituais que nos foram dados em preparação para o ministério. Apesar disso, quando a comissão vem, há um acréscimo de autoridade com ela. A comissão é um endosso especial do próprio Senhor que reconhece e dá suporte”.
Porque estamos falando isso? Porque o esfriamento para com o chamado de Deus, inevitavelmente nos levará ao rompimento com o próximo, comprometendo o cumprimento da visão de Deus confiada. Esse esfriamento tem o poder de abortar processos, evitando que cheguemos ao comissionamento, quando o próprio Deus nos confirmará para servir naquilo que fomos chamados. O esfriamento tem o poder de adoecer nossa alma, comprometer o funcionamento do corpo de Cristo e trazer ruptura relacional e intercessora. Por isso, estamos mobilizando a todos que pudermos a voltar a Deus e a sua palavra relativa ao tempo presente, aos seus mandamentos, voltar a amá-lo com todo coração, alma e força, reavivando o amor para com o próximo, nossa posição para com o mundo e responsabilidade para com a igreja.
Uma nova perspectiva Intercessora.
Reconhecendo o Verdadeiro e o Falso Discernimento
A mobilização só é efetiva se for bem posicionada, nossa atuação só será relevante se for espiritualmente alinhada com a intercessão de Cristo, e com o propósito do Pai. Por isso, uma vez entendendo que Amor é Compromisso e Compromisso é Atitude, alcançaremos uma nova perspectiva da nossa posição em Cristo e responsabilidade intercessora, cooperando para com o avanço da Igreja de forma que possa corresponder com a expectativa de finalização de Deus e seu Cristo (1 Coríntios 15.24). Nunca teremos condições de cumprir nosso papel sacerdotal sem que tenhamos claro esse comprometimento pactual com Deus e com o Corpo de Cristo.
A verdade é que os olhos de muitos estão sendo abertos nesses dias, muitos estão conseguindo fazer uma leitura de mundo e de Reino que até então não era possível, muitos estão alcançando um novo nível de discernimento, percebendo a real condição espiritual do mundo e da igreja. Não temos dúvida que o próprio Espírito tem aberto nossos olhos com objetivo de promover no meio dos santos despertamento em meio à apostasia, intercessão em meio à injustiça, para que haja arrependimento e mudança de direção alinhando a todos os santos a perspectiva das coisas que virão. A Questão é: Será que todos nós temos aplicado de forma correta essa nova cosmovisão? Será que essa nova percepção de mundo e corpo tem promovido uma intervenção responsável e restauradora? Será que nosso compromisso com Deus tem nos comprometido para com o próximo? A verdade é que muitos por estarem frios e frustrados, por terem criado expectativas equivocadas em homens e suas instituições, esperando de Deus aquilo que Ele não prometeu fazer, estão agora fazendo uma leitura distorcida, contaminada com o veneno da amargura, voltando-se contra o corpo de forma generalizada, depreciando e condenando duramente o que Deus está restaurando. Sabemos que o “Discernimento representa a capacidade de perceber corretamente”, contudo o fato de estarmos percebendo algo verdadeiro não significa necessariamente que estamos nos posicionando de forma correta. Por isso, queremos mobilizar e posicionar!
Para entendermos essa perceptiva intercessora temos que nos espelhar nos homens que alcançaram isso, homens que não reagiram ao que estavam vendo de forma instintivamente carnal e humana, homens que provaram seu amor e compromisso cooperando com o propósito de Deus e não causas pessoais. Por exemplo, em Gênesis 18.22, Abraão avisado por Deus sobre o mal que viria sobre a cidade, intercede em favor dos justos, pois por amor a eles uma cidade pode ser poupada. Abraão não levou em consideração seus problemas com Ló, não aplaudiu o mal que viria sobre ele como conseqüência de ter se separado ou não estar mais na sua visão. Abraão mostrou estar comprometido com Deus reivindicando os justos e conseqüentemente uma cidade. Pela falta de justos a cidade foi destruída, mas pela intercessão dele um justo foi poupado. Da mesma forma Moisés, em Êxodo 32.7-31, diante da idolatria do povo, buscando para para si mesmo ao invés de buscar ao único Deus de Israel, Deus propõe destruir o povo para levar a frente o propósito a partir somente de Moisés. Nesse momento como intercessor zela pelo nome de Deus e pelo cumprimento da promessa dada ao povo, dizendo: “Perdoa-lhes ou risca-me”. Moisés se coloca como um reparador identificando-se com o povo de Israel, mesmo tendo a aprovação de Deus.
Nessa perspectiva intercessora não mediamos em causa própria, não buscamos algo para nós mesmos. O que queremos enfatizar nesse momento é que para nos movermos no discernimento divino devemos ser purificados das reações humanas, devemos crucificar os instintos do pensamento e julgamento carnal e instintivo. Lembrando sempre que em João 12.47, Jesus diz não ter vindo para julgar, mas para salvar, e por sua palavra determinar nosso destino. A primeira manifestação Messiânica é de redenção, salvação e graça e partir dessa perspectiva nos preparamos para a segunda manifestação messiânica de juízo. Não podemos usurpar o papel que foi dado ao Messias, filho de Davi!
Agora precisamos assumir nossa posição intercessora e zelar pelo cumprimento do propósito. Seguindo a palavra de Mateus 7.3, precisamos entender que a capacidade de ver fora, e fazer uma leitura correta e responsável, vem da capacidade de ver dentro. Como posso melhorar meu discernimento para poder interceder e ajudar o meu irmão? Removendo vigas, que falam da mentalidade da estrutura religiosa que julga ao invés de mediar e interceder. Uma palavra contra o julgamento religioso, que na verdade estava acumulando julgamento contra si mesmo. Quando rompermos com o pensamento formatado de julgamento e justiça própria estaremos prontos para uma nova perspectiva intercessora. Em João 7.24 diz: “Parem de julgar pela aparência, mas julguem de forma correta”, ou pela reta justiça, tendo retidão no sentido daquele que observa os mandamentos e a justiça como a vida ordenada e governada por eles. Se meu coração não está em justiça, os dons não funcionarão de forma justa e correta!
Ver claramente significa aprender a não Reagir ao Evidente, a não mais ver pelo véu do espírito crítico, pois podemos cair num ciclo de hipocrisia religiosa que nos paralisara na mesmice pseudo-profética e nos colocará em julgamento, pois “Se somos cegos para os nossos pecados o que supostamente discernimos é a imagem de nós mesmos”.
Filipenses 1.9-11 diz: “E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo, cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus”. Paulo nesse momento intercede pelo avanço dos santos e nessa oração identificamos que para alcançarmos uma plena percepção, o amor deve aumentar mais e mais no pleno conhecimento de Cristo, a partir dele alcançamos uma nova percepção intercessora.
Isaías 59.12-16, apresenta um dos mais temíveis quadros de fracasso e apostasia nas Escrituras. Diante desse quadro vemos que Deus busca por homens que possam interceder, ou seja, ocupar um lugar de justiça, se colocar entre o lugar onde a igreja está e o lugar onde ele deve estar. Deus procura por homens que se disponham a não apenas apontar a brecha, mas se colocarem nela! Ezequiel 22.23 -31. “Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei. Por isso eu derramei sobre eles a minha indignação...”
Seja bem vindo a essa jornada!
Fraternalmente em Cristo
Anderson Bomfim
missao.mobilizacao@hotmail.com